Publicado por Redação em Saúde Empresarial - 10/12/2012

Novo exame diagnostica doença neuromuscular autoimune

Fraqueza oscilante

Médicos brasileiros e suecos, trabalhando conjuntamente, fizeram um importante avanço no diagnóstico da miastenia grave.

A miastenia grave é doença neuromuscular que causa "fraqueza oscilante" dos músculos voluntários, uma fraqueza anormalmente rápida nos músculos voluntários.

O grande problema para os médicos é que os sintomas podem ser sutis e muito variáveis, o que dificulta o diagnóstico, principalmente nas formas oculares.

O grupo agora conseguiu estabelecer valores de referência para um novo exame capaz de diagnosticar a doença com altíssima precisão.

Os resultados mais recentes do estudo serão publicados na próxima edição da revista Muscle & Nerve.

Miastenia grave

A miastenia grave é considerada uma doença autoimune, na qual o próprio organismo do paciente produz anticorpos que atacam receptores localizados na junção neuromuscular, prejudicando a transmissão dos impulsos nervosos para os músculos.

A principal característica da doença é que a fraqueza muscular oscila durante o dia e aumenta à medida que os pacientes se movimentam.

Dependendo da gravidade e da região acometida podem ocorrer queda das pálpebras, visão dupla, queda da cabeça, fraqueza em membros superiores e inferiores e dificuldade para mastigação, deglutição e até de respiração.

Embora não existam dados precisos no Brasil, estima-se que a incidência esteja entre 6 e 11 pessoas afetadas por milhão por ano.

Eletromiografia de fibra única

João Aris Kouyoumdjian, pesquisador da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, foi até a Suécia para um estágio com o criador de uma nova técnica, chamada eletromiografia de fibra única.

"O exame consiste em introduzir um eletrodo semelhante a uma agulha de acupuntura no músculo. À medida que o paciente faz movimentos, o aparelho registra as contrações de uma única fibra muscular", explicou Kouyoumdjian.

Ao comparar os registros na tela do aparelho é possível medir a variação do tempo de contração de uma fibra muscular em relação à outra - medida denominada jitter.

Em pessoas saudáveis, o jitter dura entre 35 e 40 microssegundos, dependendo do músculo analisado. Já em pacientes com doenças neuromusculares, o jitter pode atingir valores tão elevados como 100 ou 150 microssegundos.

Referência internacional

O estudo conjunto concentrou-se no estabelecimento de valores de referência para determinar o limite de normalidade para o jitter. Para isso o pesquisador avaliou as contrações musculares de pessoas saudáveis.

"Estudamos, até o momento, os três músculos mais usados no diagnóstico de miastenia: antebraço (Extensor Digitorum), olhos (Orbicularis Oculi) e testa (Frontalis). Hoje, diversos países usam nossos valores de referência. Com essa metodologia conseguimos acertar o diagnóstico em 95% dos casos", disse Kouyoumdjian.

Fonte: www.diariodasaude.com.br


Posts relacionados

Saúde Empresarial, por Redação

A prevenção ao câncer está em nossas mãos

Em 1988 o Ministério da Saúde incluiu no calendário brasileiro de saúde a data de 27 de novembro como alerta à população sobre os riscos do câncer tardiamente descoberto, bem como as medidas preventivas que devem ser adotadas por todos.

Saúde Empresarial, por Redação

Planos devem oferecer alternativas ao reembolso durante greve

Para os órgãos de defesa do consumidor, os clientes que forem afetados pela decisão dos médicos de paralisar o atendimento eletivo aos planos de saúde e hospitais de pelo menos 16 Estados brasileiros a partir de quarta-feira deverão, primeiramente, consultar a operadora do plano de saúde -

Deixe seu Comentário:

=