Publicado por Redação em Notícias Gerais - 13/07/2011

Fusão entre Perdigão e Sadia gera divergências sobre preços e demissões

SÃO PAULO – Em meio à expectativa do julgamento do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre a fusão entre Sadia e Perdigão, que deve ocorrer nesta quarta-feira (13), a partir das 10h, opiniões opostas sobre os efeitos dessa operação foram apresentadas na Comissão de Defesa do Consumidor na última terça-feira (12).
 
Para o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), de acordo com a Agência Câmara, a operação fortalecerá o mercado interno e aumentará o volume das exportações. Em contrapartida, o deputado Reguffe (PDT-DF) defende que a fusão deverá gerar alta nos preços e o fechamento de postos de trabalho.
 
“No segmento de massas, por exemplo, a Brasil Foods deve dominar 88% do mercado. No de carnes congeladas, 70%. Qualquer entendedor básico de economia sabe que, quando você concentra mercado, reduzindo a concorrência, aumenta o preço ao consumidor no futuro”, defende.
 
O vice-presidente de Assuntos Corporativos da Brasil Foods, Wilson de Melo, argumentou que a concentração de mercado é limitada a alguns produtos com pouca penetração no mercado nacional, como o de massa previamente pronta. Além disso, a concorrência existente hoje já seria suficiente para barrar os preços.
 
“Pode não haver concorrência hoje do mesmo tamanho da Brasil Foods, mas isso não significa que a concorrência atual não nos impeça de cometer erros em relação aos consumidores, como, por exemplo, subir os preços”, garantiu.
 
Postos de trabalho
O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) ainda lembrou que a tendência é que a fusão gere demissões. “Essa é a prática em qualquer processo de fusão de empresas”, afirma.
 
Porém, Leandro Vilela (PMDB-GO) discordou ao dizer que o grupo vem gerando novos postos. Segundo dados apresentados por Melo, foram 6 mil novas vagas abertas em janeiro deste ano. No total, a Brasil Foods emprega 320 mil pessoas direta e indiretamente. “A situação atual é contrária. Temos até dificuldade em preencher postos”, aponta.
 
Brasil Foods e os acordos
A Brasil Foods foi criada em maio de 2009 com a compra pela Perdigão dos ativos da Sadia que, na época, estava endividada.
 
O processo até hoje não foi analisado pelo Cade. O julgamento até começou em junho deste ano, mas foi suspenso por um pedido de vista após o voto do relator Carlos Ragazzo contra a fusão. Ainda faltam quatro votos para o término da votação.
 
Para evitar a reprovação da fusão e um possível processo judicial, nos últimos meses o Cade e a Brasil Foods realizaram reuniões para acordar algumas medidas.
 
Entre as propostas da empresa estão a venda de fábricas e centros de distribuição, e a alienação de marcas controladas pela companhia. A ideia é convencer o Cade de que as medidas vão fortalecer algum concorrente do setor alimentício no mercado interno.
 
Fonte: web.infomoney.com.br | 13.07.11

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